Digamos que ele seja... hum... feliz.
Por exemplo: num navio naufragando, mulheres e crianças primeiro? Nananina. Em mulher, não se bate nem com uma flor. E em homem? Mulher tem que esperar homem chegar junto, homem tem a obrigação de proteger a mulher, homem que paga a conta... e assim vai.
Claro que, se a mulher tivesse se dado o respeito desde o começo, não precisaria de um Dia Internacional para ser homenageada. Mesmo porque os outros dias sucedem e continua a mesma coisa. Paralelamente, o funcionário do mês do Mac Donald’s é agraciado com uma foto na parede para ele se sentir especial; mas suas condições de trabalho continuam precárias. Do mesmo modo, todo dia 8 de março chovem reportagens e comemorações sobre o chamado sexo frágil. E elas se sentem especiais, poderosas, não porque elas o são, mas porque há um dia para elas se sentirem assim.
Essa é a idéia.
A verdade é: a discriminação é diretamente proporcional ao sentimento de vitimização da pessoa. Gays, negros, mulheres, metaleiros, estes são os mais discriminados, porque são os que mais se vitimizam. E usam tal status para conseguirem privilégios. Ninguém me tira da cabeça que Jean Willys ganhou BBB por se vitimar de perseguido por ser gay. Ninguém me convence que as quotas pros negros não têm nada de racismo.
Amo e respeito gays, negros, mulheres, metaleiros, não porque há um dia para eles, ou porque eu aprendi na escola que eles também são gente. Amo-os e respeito porque são seres humanos, antes de tudo. Por trás de cada adjetivo, há uma pessoa.
Do mesmo modo, quando me discriminam, não exijo respeito. Amo-me o bastante para me respeitar e, assim, não precisar me fazer de vítima para ser ouvido ou tratado como igual. Meu pai, o dotô, sempre me disse: “não me importo se você quer ter mil tatuagens e pilsens, desde que você seja uma boa pessoa e consiga agüentar o preconceito.”
A junção de todas as minorias!
E, antes de acharem que pra mim é fácil falar essas coisas: sou cabeludo, tatuado, metaleiro, com cara de moleque, cheio de piercing, mal-vestido, preto, índio, japonês. E dizem que eu sou gay (huá!). Ou seja, de acordo com Narigas: sou todas as minorias possíveis.
Frase da Hora: "Os homens fedem!!!" (Lili Ava Vour)
Ué, achei que já tinha respondido a esta pergunta... msn: nemchama@hotmail.com