.koan.samsara.satori.nirvana.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
  Programas de Aborrescentes
Bom, quero deixar bem claro que esses programas de TV nos quais aborrescentes falam (porque acham que as pessoas querem ouvi-los) não me agradam de maneira alguma.
Sabe o problema? O aborrescente fica tão mintido, se achando o máximo porque ele está sendo ouvido, que parece jogador de futebol que quer falar bonito pra não dizerem que ele é ignorante ou de baixo nível escolar e intelectual.
Mesmo assim, haverá a gravação de um programa desses aqui em Brasília e eu fiquei responsável em angariar jovens que queiram participar. Para isso, há alguns critérios:
- Você tem que ir com seu papai, mamãe ou responsável;
- Você tem que ser aborrescente de verdade (ou seja, eu não posso);
- Você tem que falar comigo e esperar a seleção.
Então, se quiserem sem famosos por um dia, mesmo fazendo papel de idiota, falem comigo!
Frase da Hora: "No futuro, todos terão seus 15 minutos de fama" (Andy Wahrol)
 
quinta-feira, janeiro 12, 2006
  Contrato de Amizade
Este post é dedicado a Simões e Juques.
“O Makoto não me fez uma pessoa mais feliz hoje, como deveria ser.”

Ao me passarem essa mensagem, me peguei pensando: eu tenho obrigações com as pessoas, obrigações que eu desconheço. Afinal, não me lembro de ter feito um acordo com essa minha amiga para que eu a fizesse feliz.

Maldito Antoine de Saint-Exupéry e seu Pequeno Príncipe! Depois que ele instituiu que “tu te tornas responsável por aquilo que cativas”, agora fazer amizades pode se tornar um contrato com o diabo. Será que é por isso que hoje as pessoas têm cada vez menos amigos de verdade e muito mais amigos descartáveis?


Adendo: ‘amigos descartáveis’ é um termo tirado do filme ‘Clube da Luta’. Serve para designar pessoas que você conhece numa situação, troca idéia com elas, e depois vai embora. Deleta. Esquece. Descarta. Quantos amigos descartáveis você já teve?

Esse filme é uma lição...

Minha pergunta, então: qual é o conceito de amizade? Qual é o papel do amigo pras pessoas? Quais são nossos compromissos? Por que Exupéry fede tanto?

Quando eu me torno amigo de alguém, a última coisa que quero ser pra ele é um fardo. Amizades sinceras sobrevivem porque nenhuma das partes espera algo da outra. A relação simplesmente flui. Não há obrigação, não há compromisso, apenas amizade.

Por outro lado, quantas vezes você já esperou uma atitude do seu amigo e se frustrou? Você o culpou? É certo você culpar alguém por uma imaginação sua? Mais que isso: é certo você prender uma pessoa de quem você gosta às suas expectativas?

Não basta gostar da pessoa para ser amiga; a gente costuma avaliar o que pode nos beneficiar a partir daquela amizade. Afinal, são tantas pessoas que conhecemos todos os dias que temos que filtrar, né?

Desenvolvemos uma técnica para selecionar amigos em menos de cinco segundos. Às vezes, só olhando para o estilo da pessoa já nos faz perder a chance de conhecê-la melhor. “Nossa, que mala! Aquela ali é uma vadia. Ih, mais um pagodeiro. Deus, que paty!” Você já se pegou falando isso?

Simões, meu pior melhor amigo...


Bom, a pessoa passou da primeira avaliação. Digamos que você comece um papo com uma dessas pessoas para descobrir o que ela pode te oferecer. Você não está atrás do que ela tem de bom, mas de ruim. Um ‘deslize’ e ela tá fora dos seus planos.

Imagine agora que você gostou da pessoa. Ela tem as qualidades que você procura num amigo. É hora da sua imaginação fluir. “Fulano vai agir assim quando acontecer isso, vai reagir assado quando eu fizer aquilo. Amo ele!” E se Fulano não agir assim? “Ele é falso, que pilantra! Odeio ele!”
Justificar
Peraí: então, ele só é seu amigo se ele fizer o que você espera? Ele não pode ter a liberdade de ser ele mesmo? Seu amor por ele é condicional? Ele tem que saber de antemão o que você espera dele e se antecipar para que você não fique frustrada? Se ele te frustrar, o culpado é ele?

‘O Pequeno Príncipe’ mostra muito bem como é isso. A raposa diz a Pepê que ele só se torna especial para ela quando um precisar do outro. Necessidade, apego, dependência. Isso não soa egoísta? Não parece perigoso?


"Aí, raposona, ou você é minha amiga ou vira casaco de pele!!!"


Então, amigos, eu não quero que vocês precisem de mim. Amigos, eu não quero que vocês dependam de mim, nem que se apeguem a mim. Quero apenas que vocês gostem de mim.

Quem precisa do outro pra sobreviver não sobrevive. Ninguém vive pelo outro. Jesus viveu por todos. Buda viveu por ele mesmo. Gandhi viveu pela Índia, Madre Tereza viveu pelos pobres. Agora, se você viver pelos amigos, inevitavelmente um dia eles não agirão como você espera. E agora, José?

Uma frase que eu li num fololog de uma aborrescente ilustra bem o que eu penso. É marromeno assim: “Amo a liberdade. Amo a felicidade. Amo meus amigos. Amo tanto que os deixo livres para serem felizes do jeito que quiserem.”

Não, raposinha, não me torno responsável por algo que eu cativo. Não quero ser escravo das necessidades e expectativas das pessoas. A verdadeira amizade não é necessária, é natural. O amor não é condicional.


Parece a Juques!!!

Não, minha amiga, eu não devo te fazer feliz. Você deve ser feliz por você mesma. Senão, no dia em que eu não souber mais te fazer feliz, não seremos mais amigos. Daí, eu continuarei a ser feliz. E você será feliz com outro amigo, até que ele não te faça mais feliz. Como um amigo descartável.

Frase da Hora: “É dando que se recebe” (São Francisco de Assis)

 
Um espaço pra todos lerem, pensarem e emitirem opiniões, clichês, dúvidas, críticas, palavrões, pela-saquices... ou seja: comunicação e interação! Comentários são mais que bem-vindos... eles são obrigatórios! As críticas me mostram no que posso melhorar; os elogios me mostram no que estou acertando. Sou o que sou, mas também sou que acham de mim, pois vivo em sociedade. Como diria Batman: "Não é o que eu sou, mas o que eu faço é o que me define."

Nome:
Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Ué, achei que já tinha respondido a esta pergunta... msn: nemchama@hotmail.com

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