E Agora, Jana?
Duas ex-alunas do CNA morreram num acidente agora no Carnaval. Saiu nos jornais e tudo mais. Uma delas foi minha aluna, a outra ia ser agora neste semestre. De repente, duas garotas de quem nem me lembrava mais têm grande importância. Mas só quando se vão.
Alguns amigos delas reclamam que, se soubessem, teriam passado mais tempo ao lado delas. É sempre assim. Mas priorizar uma pessoa é esquecer de outra, e todas vão morrer um dia.
Lembro da Janaína como uma garota de temperamento forte, crítica. Ao mesmo tempo, uma aluna sempre pra cima, brincalhona, que cativava as pessoas. Pelo seu fololog e Orkute, me passava a idéia de uma garota baladeira, daquelas que adoram curtir a vida. Claro que, para os hedonistas, ela estava certa em agir assim. Afinal, só se vive uma vez.
Só na vida boa...
Entretanto, não sou hedonista. Confesso que fico meio preocupado com a Janaína agora, na situação que encontra. Afinal, lá do outro lado não tem axé, não tem cerveja, não tem carro importado. Deve estar se sentindo sozinha.
Será que ela não está sozinha agora?
Isso quer dizer abdicar dos prazeres terrenos? Não creio. Só acho que Janaína tinha muito a aprender aqui, mas preferiu se divertir. Eu aprendi com tal fatalidade: não importa o fololog, o bololog, a cerveja, o Carnaval, o carro importado; no fim, só resta você e o que você aprendeu.
Frase da Hora: "Deixe que os mortos enterrem seus mortos." (Jesus Cristo)