Vale Quanto ou é de Graça?Ontem eu saí meio com pressa da minha casa pro trabalho. Dia ensolarado, não muito quente, lá pras 13:30. Ligo na CBN, assobio um Fagner, lá vamos nós.
De repente, eu ouço uma gargalhada tão alta do lado de fora que ensurdece o barulhos do trânsito aqui do Lago. Olho pra fora, é uma gari improvisada de jardineira pelo GDF cuidando do jardim público que tem no retorno aqui perto. Olhei, e aquilo me fez sorrir.
Nossa, que piegas. É verdade, mas o ponto não é esse. Comecei a prestar atenção pras pessoas. Com todo preconceito que me cabe, fiz a constatação que os mais humildes (critério: roupa) eram os que sorriam. Sorriam, caminhando com um amigo pela calçada; descarregando caixas de um caminhão com o colega; ou simplesmente no orelhão.
Já os que não sorriam - pelo contrário, traziam uma testa franzida pelo estresse e acúmulo de responsabilidades - eram os engravatados dentro do carro com janelas fechadas devido ao ar-condicionado; os estudantes que voltavam da escola e os que esperavam ônibus na parada. Até as madames que saíam do mercado aqui perto com sacolas nas mãos.
Lembrei-me da gargalhada da gari. Do bocão da mulé, cheia de dentes. Quantas pessoas conseguem soltar uma risada despreocupada, espontânea como aquela, em pleno labor?
Isso porque não tive a chance de contá-la a piada da vaca e do boi...